O patrimonialismo em Faoro e Weber e a sociologia brasileira

Abstract

O objetivo deste artigo é estudar o conteúdo e a recepção da obra de Raymundo Faoro no Brasil, comparando-a com sua matriz teórica weberiana e postulando que seu conceito de patrimonialismo limita o original capacidade explicativa ao vincular o patrimonialismo apenas a um sistema centralizado e estrutura política poderosa e ignorando a faceta da sua descentralização e inoperabilidade do Estado. A utilização tendenciosa do Weberiano teoria influencia as críticas à obra de Faoro, que erram quando se movem de (pertinentemente) contestar a interpretação pesada e fatalista do autor de Weber para desafiar o potencial explicativo do conceito weberiano por si só. O artigo apresenta, assim, outros autores que adotam uma abordagem mais variada abordagem do tema do patrimonialismo, sem negar a sua interpretação importância. Por fim, o artigo enfatiza como as ideias de Faoro contribuíram (involuntariamente, aliás) para moldar uma sociedade antiestatista, privatista e em última análise, a cultura política oligárquica no Brasil recente. No Brasil, o conceito de o patrimonialismo exerceu uma influência seminal e gerou controvérsias e interpretações distintas – portanto, a melhor postura em um assunto tão importante discussão é tentar esclarecer o conceito, e é isso que temos tentamos fazer, dentro de nossas limitações.