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Título: Menino de engenho
Autor(es): Rêgo, José Lins do
Data de publicação: 2002
Editora: Editora José Olympio
Referência bibliográfica: RÊGO, José Lins do. Menino de engenho. 83.ed. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2002. 160 p.
Resumo: Zélins, o mais importante escritor regional brasileiro. E Menino de engenho, não apenas a primeira obra cronologicamente, mas a mais significativa no 'Ciclo da Cana-de-Açúcar' e fora dele. Posto que - no caso da produção literária de Zélins - a sequência temporal não significará necessária evolução, amadurecimento do escritor, algo assim. O denso Fogo morto (1943) - escrito mais de dez anos após o Menino, e ausente do 'Ciclo' - entrelaça personagens, engenhos, tramas. E Meus verdes anos (bem mais tarde) confirma o ubi sunt, isto é, a busca dos tempos "idos e vividos", e assume o que já se intuía ao longo de quase toda a obra do autor: memória. Mas o Menino não só deflagra tudo, é tão lírico quanto dramático, e, nele ainda, sinais da epicidade de um "era uma vez... Carlinhos". Ali, planejada ou não, aquela consciência crítica social resultante de literariedade maior - artesanato de escrita simples e profunda, a criação de personagens típicos e indivíduos, a força do meio sobre as gentes do engenho: o patético, o lírico e o pungente tensionados. Ao longo da narrativa de Zélins, uma armadilha: é tão solta, espontânea, tão sem (ostensiva) elaboração artesanal, tão é isso aí, que aparenta despreocupação estilística. Ao contrário. Zélins desenvolve a única, e trabalhada, narrativa possível, adequada e verossímil, àquela primeira pessoa (ou tese) do menino Carlinhos, àquela presença telúrica e sinestésica da cana-de-açúcar, das negras quentes e exuberantes, dos moleques amigos, do sexo, das angústias e, muito, das sucessivas sensações de perda do menino. Menino de engenho nos conduz à leitura da obra completa desse autor que, re-tratando o interior paraibano, a vida dos engenhos, estabelece relação de causa-efeito entre paisagem (natureza específica daquelas regiões) e pessoas igualmente representativas, tipificadas, que habitam, preenchem, tal solo: o Nordeste brasileiro. O carro de boi, o canário Marechal, o carneiro Jasmim, Zefa Cajá, a tia Maria, a priminha da cidade, o avô Paulino unir-se-ão ao moleque Ricardo, ao mestre seleiro correeiro Zé Amaro, ao capitão Vitorino Papa-Rabo, ao coronel Lula, à usina, ao bangüê. Se pretendemos conhecer tragédia enquanto sentido trágico de existência, o épico narrativo, a lírica no fazer literário, basta conviver com a realidade de um Brasil ontem que nos favorece a compreensão de um Brasil hoje. E Zélins aí está, provocando as reflexões: sentido de posse (em relação à terra e aos entes 'subordinados'), o drama dos cotidianos intrafamiliares, os poderes institucionalizados (religioso, político, econômico), os 'desvios' como o cangaço, o paternalismo tirano (!) na convivência do senhor de engenho com o homem do eito, os amores proibidos (incestuosos ou não) - latente convulsão social sempre. Zélins é este quadro, em sua literatura. O desfecho de Menino de engenho: o trem levando (tirando!) o menino de seu engenho, para o colégio. O trem correndo e, pela janela, o menino vendo o gado, o campo, as casas-grandes. E os molequinhos, à beira da estrada, acompanhando os vagões: "Adeus, adeus, adeus, com as mãos para mim. E eu com o braço, sacudindo. Os olhos se encheram de lágrimas. Cortava-me a alma a saudade do meu engenho."
Assunto: Literatura brasileira - romance
Aparece na Coleção:MT - Lingüística, Letras e Artes

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