Pensar Athos: olhares cruzados

Abstract

Na década de 1990, por meio da realização de seis edições do Fórum Brasília de Artes Visuais, a Fundação Athos Bulcão contribuiu enormemente para a produção de pensamento a respeito das artes contemporâneas na capital. O Fórum, evento concorrido e concentrado de atividades como oficinas, exposições e conferências com artistas e especialistas nacionais e internacionais, conferia a Brasília caráter de pólo de circulação de pessoas e produções. Intitulada “Athos Bulcão: Cor e Forma, Arte e Arquitetura”, a sexta – e, até então, ultima – edição do Fórum foi realizada em 1997 para discutir e homenagear a trajetória do artista Athos Bulcão, Onze anos depois, a ETAPA B do VI Fórum Brasília de Artes Visuais projetou continuidade e fluência ao movimento gerado àquelas épocas. Tendo novamente como tema central a obra de nosso grande artista, a proposta desta Etapa foi mediar uma análise de seus trabalhos, do contexto histórico e artístico no qual foram produzidos, de sua relação com a arquitetura e de seus pontos de contato com a Educação Patrimonial. Uma ampla mesa de debates, sob curadoria de Marília Panitz, foi aberta durante os três dias de realização do evento. Agnaldo Farias, Anna Bella Geiger, Cláudia Estrela, Cláudio Queiroz, Fernando Cocchiarale, Marcus Lontra, Nelson Brissac Peixoto, Renata Azambuja, Sergio Parada e Stela Murta desvelaram múltiplos olhares sobre o trabalho desse criador igualmente múltiplo. Como fruto deste encontro, a Fundação Atlhos Bulcão tem o orgulho e a honra de apresentar a publicação Pensar Athos – Olhares Cruzados, uma coletânea que reúne 11 artigos produzidos para a ocasião da Etapa B do VI Fórum Brasília de Artes Visuais e que se constitui como a maior revisão analítica e bibliográfica sobre a obra de Athos e suas múltiplas inserções no cotidiano, na arquitetura e na história da arte. Em sua origem, a Etapa B do VI Fórum Brasília de Artes Visuais foi concebida para retomar o importante espaço que o evento conquistou na cidade e no cenário artístico nacional e principalmente, homenagear o nonagenário Athos a partir de sua vasta obra, moradora de Brasília há quase 50 anos. Hoje, ao lamentar a perda de nosso já saudoso patrono, assumimos a difícil missão de representá-lo sem sua tutoria; de comissariar sem olhar do mestre. E o faremos com o devido merecimento.